São-paulinos pagam promessas INSANAS pela conquista do título da Copa do Brasil

O título da Copa do Brasil despertou nos são-paulinos uma comoção que há muito tempo não se via. Um amor que não tem limites, e não existem palavras que consigam definir. Até parece clichê, mas é a pura verdade; só quem é torcedor entende.

No último sábado (29), antes do aguardado ‘Clássico Majestoso', São Paulo x Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, que ocorreu no Estádio do Morumbi, fomos surpreendidos com uma série de cumprimentos de promessas feitas pelos são-paulinos devido à conquista inédita. Umas mais simples, enquanto outras ouso dizer que beiram a insanidade, mas todas fazem jus a um trecho da música cantada pela torcida que diz: “São Paulo é sentimento que jamais acabará”.

Em meio a tantas histórias de são -paulinos compartilhadas na web pelos próprios torcedores, duas me chamaram atenção e ninguém melhor que eles mesmos para nos contar sobre a experiência, por isso o ‘Minha Torcida' resolveu entrevistá-los e dividir tudo com vocês.

As Loucuras dos são-paulinos em forma de promessa

A ideia de fazer uma tatuagem com o ano de fundação do Tricolor e do autor do gol na semifinal em caso de vitória surgiu de uma conversa descontraída entre amigos são-paulinos, Ricky e Thais. Na mesma conversa, de forma bem-humorada, surgiu a promessa de tatuar o título, e apesar de ser uma ideia insana, ela apoiou seu amigo.

Ela é o personagem principal dessa história, ela que me incentivou enquanto o restante dizia ser loucura”.

1,5 Km de joelhos rumo ao estádio

Quem já teve a oportunidade de visitar o Estádio do Morumbi sabe que a distância até a estação de trem é considerável. De acordo com o Google, são 1,5 km e aproximadamente 22 minutos de caminhada, no entanto, os são-paulinos sabem que a realidade pode ser um pouco diferente.

Agora, pense o quão difícil é fazer esse percurso de joelhos. No entanto, para nosso entrevistado, superar esse obstáculo exigiu uma incrível determinação e um profundo controle interno para suportar a dor.

Insana
Foto: Reprodução/Twitter

Gastei 2 horas e 50 minutos, e os primeiros 500 metros foram tranquilos; até agora, não tenho ideia de como consegui chegar tão longe. Fui na fé, com a ajuda dos ambulantes e torcedores que compartilharam cerveja.”

 Empatia dos torcedores

Como era de se esperar, o cumprimento da promessa logo se espalhou pelas redes sociais dos torcedores são-paulinos. Muitos duvidaram, achando que era mentira, enquanto outros consideraram uma loucura. Até a mãe do nosso entrevistado expressou preocupação, dizendo que isso a faria ter um ataque cardíaco. No entanto, independentemente de todas as reações, ele não tem arrependimentos.

Minha mãe chorou (risos). Falou que eu queria matar ela do coração, que eu tava ficando doido que era só um time. Mais esse dia foi maravilhoso, o melhor da minha vida, fiz novas amizades que me incentivaram a todo momento via mensagem. A galera do twitter me chamando de maluco, de torcedor de verdade. Não imaginava que iria dar essa visibilidade toda, jurei que pelo fato da spfctt só ter gente meio tantã das ideia iria receber hate e recebi o contrário”.

Torcedor Ricky James

Promessas São-Paulinos
Foto: Rubens Chiri / saopaulofc

Surreal! A fé que conduz torcedores do São Paulo

O nosso segundo entrevistado é um torcedor fanático. Com um pai palmeirense e uma mãe corintiana. No entanto, foi a sua irmã Tricolor que o fez se encantar pelo clube das três cores: vermelho, branco e preto. O título da Copa do Brasil era um sonho para os são-paulinos, especialmente porque era a única conquista que o time ainda não havia alcançado. Isso também era alvo de zoeiras por parte dos rivais, que afirmavam ser impossível  a conquista.

A promessa foi feita durante uma viagem ao santuário de Nossa Senhora da Aparecida, localizado no interior do estado de São Paulo. Guiado por uma profunda fé, Guilherme fez o seu pedido com o terço nas mãos, e esse objeto religioso se tornou um companheiro inseparável durante o jogo de ida e o jogo de volta.

“A ideia da promessa surgiu no final de semana, antes da primeira partida contra o Flamengo, quando fui a Aparecida do Norte com a família da minha noiva. E aí, já fui com o intuito de fazer a promessa e a fiz durante a missa. Caso o São Paulo fosse campeão da Copa do Brasil, eu iria da minha casa até o estádio do Morumbi a pé. A promessa foi feita com o terço, que se tornou meu companheiro durante os 90 minutos dos dois jogos decisivos da competição”.

38 Km e 11 horas a pé de casa ao Morumbi

Se o trajeto da estação de trem até o estádio já é extenso, imagine então a distância da COHAB José Bonifácio, em Itaquera, até lá. A casa de Guilherme está na zona leste, enquanto o Morumbi fica na zona sul. Ao considerarmos as  dimensões da cidade de São Paulo, fica evidente o quanto esse deslocamento pode ser desafiador e extremamente cansativo.

Promessas São-Paulinos
Foto: Reprodução/Instagram

No entanto, para um torcedor apaixonado, nenhum obstáculo é insuperável, especialmente quando a fé está envolvida. Durante um tour que começou na madrugada de sábado (29), passando pelos principais pontos da cidade de São Paulo, houve momentos de desânimo em que o torcedor chegou a considerar desistir, mas isso permaneceu apenas como um pensamento.

Eu levei aproximadamente de 10 a 11 horas para chegar ao Morumbi; foram 38 km no total. Saí de casa por volta das 4h50 e cheguei no estádio às 15h em ponto. Foi um longo percurso. Passei por muitos lugares: Radial Leste, Celso Garcia, Brás, e pontos conhecidos como Catedral da Sé, Avenida Paulista, Augusta, Praça Roosevelt, entre outros. Foi na Paulista que cheguei no meu limite e quase desisti, mas persisti.”

Apoio de amigo e desconhecido

Na metade dos 38 quilômetros de sua jornada, o ‘pagador da promessa' encontrou um amigo que o auxiliou, fornecendo água para hidratação e apoio. Além disso, o cumprimento de sua promessa viralizou nas redes sociais, tornando-se amplamente reconhecido. Tanto é que Guilherme foi identifica por um vendedor de doces, que fez questão de contribuir com sua causa.

https://www.instagram.com/reel/Cx4LSdusE9r/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

No meio do caminho, encontrei um amigo que me ajudou bastante. Ele mora ali perto da Rebouças e trouxe mais dois litros de água para mim, porque a que levei já estava acabando. Um pouco depois da metade do caminho, tinha um rapaz que estava vendendo doces, me reconheceu e me ofereceu doces. Eu não queria, pretendia comer só o que havia levado: bolachas e banana, mas peguei duas paçocas para não fazer desfeita, e isso me deu gás.”

Torcedor Guilherme Guerra

Tity Marx Tity Marx

Na verdade, não fui eu que escolhi o jornalismo e sim ele que me escolheu. Sem dúvidas, a profissão é como um oceano que precisa ser desvendado na sua profundeza, só assim é possível conhecer e respeitar toda sua beleza.

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