Batistuta x Ronaldo: pesquisa com argentinos revela idolatria e patriotismo em lados opostos

Embalado pela campanha feita pela Betfair em parceria com a Octagon Latam e a Umbrella, o Minha Torcida entrevistou torcedores argentinos para saber qual é o sentimento que os Hermanos tem em relação a Ronaldo Nazário. A saber, o Fenômeno fez uma campanha publicitária em que veste a camisa da Seleção Argentina.

Os resultados da entrevista foram muito conclusivos em relação a uma total adoração ao ex-camisa 9 da Seleção Brasileira e atual dono do Cruzeiro, além de embaixador da própria Betfair, autora da campanha.

A pesquisa apontou uma rivalidade entre Batistuta x Ronaldo. O Minha Torcida fez cinco perguntas aos torcedores argentinos e alguns jornalistas locais para saber seus sentimentos se Ronaldo realmente fosse argentino.

Batistuta x Ronaldo: pesquisa aponta fanatismo de argentinos pelo Fenômeno, mas patriotismo ainda maior

Diferente do brasileiro, que costuma acreditar que as coisas do exterior são melhores que as nacionais, no famoso “Complexo de Vira-lata”, descrito pelo saudoso jornalista brasileiro Nelson Rodrigues como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”, os argentinos se mostram mais patriotas.

Uma pesquisa estimativa realizada com 24 argentinos revelou opiniões divergentes sobre a possibilidade de Ronaldo Fenômeno ser argentino e ter atuado pela Seleção Argentina. Embora os números da pesquisa sejam limitados, eles fornecem uma visão interessante das opiniões dos argentinos sobre essa hipotética situação.

66% dos argentinos gostariam que Ronaldo fosse argentino

Dos 24 participantes da pesquisa, 16 expressaram o desejo de que Ronaldo fosse argentino, enquanto 8 preferiram que ele continuasse como um ícone brasileiro. Aqueles que optaram por não querer Ronaldo como argentino destacaram a importância da rivalidade e o brilho que sua carreira trouxe para o Brasil.

O designer Sebástian Torres (@sebatorresux) é um fanático argentino e amante de futebol de Córdoba-ARG que não gostaria que Ronaldo fosse argentino. Apesar de amar o camisa 9, Seba enfatiza que foi uma honra o ver brilhar com a camisa verde-amarela (não contra a Argentina):

“Ronaldo argentino? Nãããooooo!!! E perder o vendo jogar com tantos companheiros brasileiros? É sufuciente ter Messi e Maradona. Gosto de ver Ronaldo e Ronaldinho (Gaúcho) com a camisa verde-amarela.

Gosto de times com jogadores nascidos em seu país (sem naturalizações) ou atletas que escolhem outra seleção pela nacionalidade de um dos pais, tipo Garnacho (nascido na Espanha, filho de mãe argentina, que escolheu defender a seleção sul-americana ao invés da espanhola)”.

Sob o mesmo ponto de vista, o jornalista Ignacio Bocchio (@nachobocchio) também prefere ver Ronaldo do outro lado do campo, como rival. Para Nacho, a rivalidade é algo bom para o futebol e ele não teria a mesma graça sem ela.

“Prefiro que Ronaldo fique no Brasil. É bom ter competitividade de alto nível. Batistuta x Ronaldo, Rivaldo x Crespo… São rivalidades potencializadas que fazem bem ao futebol. E também não trocaria Batistuta por Ronaldo. Continuo escolhendo Batistuta”.

70% dos argentinos não fariam a troca Batistuta x Ronaldo, mas com ressalvas

Quando questionados sobre a troca entre Batistuta x Ronaldo, 70% dos entrevistados afirmaram que não trocariam. O jornalista esportivo Pablo Mager (@pablomager) não faria a troca Batistuta x Ronaldo, mas pondera uma idolatria e um grande respeito pelo fenômeno brasileiro, destacando que, talvez, juntos, a biancocelesti poderia ir mais longe.

“Apesar de ter Ronaldo como um ídolo, Batistuta não teve culpa nas eliminações da Argentina naqueles Mundiais (1998 e 2002). Se trocássemos 4 ou 5 jogadores na defesa e no meio-campo nessas Copas, tenho certeza que a Argentina teria ido mais longe. Batistuta é um herói na Argentina, mas Ronaldo é um dos ídolos, tenho certeza que teria colaborado para irmos mais longe (nas Copas do Mundo)”.

No entanto, alguns participantes indicaram que estariam dispostos a fazer a troca Batistuta x Ronaldo somente na Copa do Mundo de 1998, onde acreditavam que o camisa 9 poderia fazer a diferença.

É o caso do jornalista Marcos Bishop (@marcossbishop), que aceitaria trocar Batistuta x Ronaldo, além de idealizar que com o lendário camisa 9 brasileiro a Seleção Argentina poderia ter vencido uma Copa, principalmente em 1998.

95% dos argentinos não acredita que Ronaldo levaria a Argentina ao título da Copa do Mundo de 2002

A pesquisa também explorou a possibilidade de a Argentina ter vencido a Copa do Mundo em 1998 e/ou 2002 se Ronaldo tivesse jogado pela equipe. No caso, precisamente a troca Batistuta x Ronaldo seria feita.

Majoritariamente, os entrevistados não acreditam que a presença do Fenômeno mudaria o cenário das Copas, argumentando que o problema não estava no ataque. Apenas um participante acreditou que a presença de Ronaldo seria decisiva, mas não se aprofundou.

68% dos argentinos acham que a dupla Batistuta x Ronaldo ganharia uma Copa do Mundo

Quanto à parceria entre Batistuta x Ronaldo, a maioria dos entrevistados acredita que a dupla teria tido chances de conquistar uma Copa do Mundo juntos, principalmente em 1998. No entanto, alguns participantes não compartilharam dessa visão otimista.

Tomás Gutiérrez Anerot (@tomasgutierrezanerot), comunicador, afirmou que a Argentina teve bons atacantes no final da década de 1990 e início dos anos 2000, mas não acredita que o Fenômeno substituindo Batistuta poderia mudar o cenário, nem tampouco em dupla com o argentino.

“A Seleção Argentina teve atacantes de ponta como Crespo e Batistuta, se não aconteceu (o título da Copa do Mundo) foi por questões futebolísticas. Em 1998 não sei, porque (Claudio) “Piojo” Lopez chegou muito bem naquela Copa do Mundo. Já em 2002, (Marcelo) Bielsa não usava dois camisas 9. Então, duvido (que ganharia com Ronaldo e Batistuta)”.

Posição de Ronaldo entre os maiores ídolos da Seleção Argentina divide opiniões

Quando questionados sobre a posição de idolatria que Ronaldo ocuparia caso tivesse conquistado uma Copa para a Argentina, as respostas variaram. A maioria dos entrevistados mencionou que Ronaldo ocuparia um lugar entre os maiores ídolos argentinos, com variações em termos de posições.

Alguns destacaram que ele estaria em 4º lugar, atrás de Lionel Messi, Diego Armando Maradona e Mário Kempes, enquanto outros apontaram que ele poderia chegar ao topo da lista se tivesse conquistado duas Copas.

Com uma Copa do Mundo apenas, como 2002, por exemplo, em geral ficaria atrás de Maradona e Messi, mas há quem o coloque a frente de Maradona também.

“Para mim, ele é um ídolo. E na Argentina seria um ídolo também! Hoje é um personagem muito querido por nós. Acho que se ele ganhasse as duas Copas do Mundo pela Argentina, estaria na posição de número 1” – Pablo Mager.

“Difícil de responder e colocar em ordem. Se o bicampeonato viesse com Ronaldo em 2 Mundiais (1998 e 2002) e ele fosse decisivo, com certeza ele estaria em 1º lugar, pois Messi e Maradona teriam apenas uma Copa, mas é difícil um campeonato depender de um único jogador” – Seba Torres.

Validade da pesquisa com argentinos sobre Ronaldo

Vale ressaltar que os resultados desta pesquisa estimativa se baseiam em uma pequena amostra e podem não representar precisamente as opiniões da população argentina como um todo. Assim como as pesquisas eleitorais, os números aqui apresentados oferecem uma visão geral das tendências e percepções, mas devem ser interpretados com cautela.

A recepção argentina a Ronaldo Fenômeno

No que tange à recepção argentina a Ronaldo como seu camisa 9, é inevitável imaginar uma mistura de emoções. Embora Ronaldo fosse adorado por sua incrível habilidade e conquistas, há uma possibilidade de que alguns fãs argentinos ainda nutrissem um pouco de rivalidade em relação ao Brasil.

No entanto, a perspectiva de ter um jogador tão lendário e habilidoso como parte do time nacional provavelmente superaria qualquer rivalidade. Imagine o fervor da torcida argentina nas arquibancadas, entoando o nome de Ronaldo enquanto ele rasgava as defesas adversárias.

A combinação de Ronaldo Fenômeno e Maradona na Copa do Mundo de 1994, ou Ronaldo e Batistuta em 1998 e 2002, ou Ronaldo e Lionel Messi em 2006… Estas duplas poderiam ser consideradas uma parceria celestial, capaz de elevar o futebol argentino a patamares inimagináveis.

No final, é ótimo que esse cenário alternativo não tenha se concretizado, mas a imaginação e o amor pelo esporte nos permitem sonhar com essas possibilidades incríveis e debater o que teria acontecido se Ronaldo Fenômeno tivesse realmente se tornado um ícone do futebol argentino. E enquanto essas linhas são escritas no presente, você sabia que Ronaldo já vestiu a camisa da Argentina?

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