Por que os clubes europeus compram jogadores cada vez mais jovens?

Com vendas de jogadores com pouca rodagem no futebol profissional, continente europeu monopoliza potencial de jovens atletas.

A venda do meia Reinier ao Real Madrid, que foi confirmada oficialmente na última segunda-feira, acendeu novamente um tema bastante recorrente no futebol mundial: O valor cada vez mais alto de jogadores cada vez mais novos. Afinal, por que uma jovem promessa de 17 ou 18 anos tem o dobro de valor de outro atleta com 23 ou 24 anos, mesmo sendo menos habilidoso ou tendo entregado menos retorno no campo desportivo?

Atualmente, o mercado no futebol mundial está inflacionado como nunca antes visto. Cada vez mais, os jogadores custam mais caro, os clubes precisam de mais recursos para montar equipes competitivas, e sendo assim, os investimentos são mais analisados e tem a necessidade de ser mais certeiros. Cada contratação é mais analisada e, nos grandes do futebol mundial, uma característica vem sendo determinante para a “importação” de jovens talentos: o potencial futuro.

Nos últimos anos, os clubes europeus observam cada vez mais os jogadores jovens, e alguns sequer com passages pelo futebol profissional. O caso mais conhecido nos últimos tempos foi o de Vinicius Jr, que foi vendido ao Real Madrid por cerca de 45 milhões de euros (R$157 milhões) tendo apenas 16 anos, após ser o melhor jogador do mundial sub-17 com a seleção brasileira.

A ideia dos clubes europeus é contratar jogadores muito jovens, para aliar as qualidades técnicas do atleta com as noções táticas que são necessárias para a plena evolução do jogador, tendo grande espaço de tempo para trazer grande rendimento esportivo, e conseguir valores muito altos com possíveis revendas.

Nos últimos anos, o Real Madrid se tornou soberano na compra de jovens jogadores brasileiros, e na maioria deles, com menos de 18 anos de idade, como Rodrygo, Vinicius Jr, e mais recentemente Reinier. Além deles, o zagueiro Éder Militão, que estava no Porto, e o atacante sérvio Luka Jovic, foram contratados com o objetivo de trazer muitos ganhos futuros. A quantia gasta pelo clube merengue foi de 230 milhões de euros ( cerca de R$1,035 bilhão) para exercer a compra destes jogadores.

Outros jovens jogadores que foram ao futebol europeu nos últimos anos e que atuaram pouco pelas suas equipes no Brasil apenas complementam a ideia de que comprar jogadores com poucas passagens pelo futebol profissional é uma filosofia cada vez mais rotineira e lucrativa. O exemplo mais recente desses foi o de Gabriel Martinelli, de 18 anos de idade, que após excelente desempenho no Campeonato Paulista pelo Ituano, foi comprado pelo Arsenal, da Inglaterra, por cerca de 6 milhões de libras (R$30 milhões na cotação da época) e hoje é uma das principais peças do time.

Gabriel Martinelli chegou ao Arsenal após meses atuando no profissional do Ituano. (Foto:Divulgação)

Fato é que, de acordo com vários especialistas do futebol europeu, os grandes clubes do Velho Continente tem a convicção de que, a maioria dos jogadores acima dos 20 anos de idade, são considerados “velhos” para fazer esse processo de lapidação. Logo, cada vez mais, o potencial de jogadores com pouca ambientação no futebol profissional vem precificando os talentos mais jovens do futebol mundial.

Ao que tudo indica, este processo deve se tornar cada vez mais comum no futebol mundial. Por isso, quando seu time negociar algum atleta por altas cifras e com pouco conhecido do torcedor, saiba que este novo fenômeno do futebol mundial chegou aos seus olhos.

Talis Andrey Talis Andrey

Apaixonado por futebol e jornalismo. Redator do site Minha Torcida e do site Poupar Dinheiro

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