Maior final da Libertadores: veja o top 5

A Copa Libertadores tem uma longa história no futebol sul-americano. Com 63 finais, 25 clubes já conseguiram conquistar a taça mais importante da América do Sul. Em algumas decisões, grandes rivais se enfrentaram na busca pelo título. Em outros, foi criada uma rivalidade.

Por isso, é difícil definir qual é a maior final da Libertadores. Para alguns, será aquela em que seu time do coração foi campeão. Para outros, será a decisão que teve maior emoção. Confira abaixo a nossa lista de maiores finais da competição.

1 – Santos x Peñarol (1962)

Foi a segunda vez que um time brasileiro havia chegado na final da Copa Libertadores. Na primeira vez, no ano anterior, o Palmeiras foi superado pelo mesmo adversário, o Peñarol. Sendo uma força do futebol sul-americano no início da década de 60, o clube uruguaio foi o campeão das duas primeiras edições da Liberta.

Em 1962, buscando o tricampeonato, o Peñarol enfrentou o Santos, que chegava na decisão pela primeira vez. Foram três jogos, os dois primeiros com um resultado apertado. No Estádio Centenário, em Montevidéu, o Peixe venceu por 2 x 1. Na Vila Belmiro, foi derrotado por 3 x 2.

Mas, no confronto de desempate, a equipe santista, contando com todas as suas estrelas, Rei Pelé, Pepe, Coutinho e outros, superou o adversário por 3 x 0. A partida aconteceu em estádio neutro, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

A final ficou marcada por vários motivos. Foi a primeira vez que um clube brasileiro foi campeão da Libertadores. Os craques que entraram em campo e fizeram arte, principalmente, é claro, na última partida, com direito a dois gols de Pelé. No segundo confronto, houve muita confusão entre as torcidas e o bandeirinha foi atingido por uma garrafa.

E isso era apenas a terceira edição da competição.

2 – LDU Quito x Fluminense (2008)

Dessa vez, sendo mais recente, mas sem um final feliz para o time brasileiro. A decisão de 2008 ficou marcada pela virada que o Fluminense conseguiu dentro um de Maracanã lotado, conseguindo o resultado necessário para os pênaltis. Mas, nos penais, sofreu a derrota e perdeu a sua única grande oportunidade de ser campeão da Libertadores.

No jogo de ida, no Equador, a LDU Quito venceu por 4 x 2 Com o resultado, o Flu precisaria de três gols, sem levar nenhum, para ser campeão no Maracanã. Mas, logo no começo, aos cinco minutos, a equipe equatoriana saiu na frente.

Agora precisando de três para ir aos pênaltis, o Tricolor Carioca foi atrás do resultado. Com uma grande atuação de Thiago Neves, o atacante fez os três tentos do Fluzão, o time brasileiro conseguiu ganhar por 3 x 1. Sem gols na prorrogação, a disputa foi para a penalidade máxima.

No entanto, o mesmo camisa 10 teve seu chute defendido nos pênaltis. O único jogador do Fluminense que conseguiu acertar foi Cícero. Com apenas uma finalização defendida, a LDU foi campeã no Rio de Janeiro.

O clube foi o primeiro clube do Equador a ficar com a taça da Copa Libertadores. O que se mantém até hoje. Desde então, apenas o Independiente del Valle chegou na final, perdendo para o Atlético Nacional.

3 – Peñarol x River Plate (1966)

Contando com a final de 1966, o Peñarol já havia chegado em cinco decisões da Libertadores. É importante notar que a primeira edição foi disputada apenas em 1960. Nas quatro finais anteriores, foi bicampeão nos dois primeiros anos de existência da competição. No terceiro, foi superado pelo Santos, impedido de ser tricampeão. Em 1965, perdeu para o Independiente, a Argentina.

Sendo um grande clube da América do Sul no século passado, o Peñarol dominou cenário nacional por anos. Conseguindo expandir um pouco para todo o continente. Assim, em sua sexta final, mostrou porque era um dos maiores da época.

Contra o River Plate, a equipe uruguaia venceu por 2 x 0, em casa. No jogo de volta, perdeu por 3 x 2. Pelas regras do futebol moderno, o Peñarol já deveria ter sido campeão ali. Mas os critérios eram bem diferentes e era usado um sistema de pontos, mesmo nos jogos da fase final. Com isso, as equipes estavam empatadas em 2 x 2, na pontuação da decisão.

No confronto de desempate, no Estádio Nacional de Chile, local neutro, o clube argentino foi para o intervalo vencendo por 2 x 0. Foi quando o Peñarol jogou como um dos melhores times do continente.

No tempo regulamentar, buscou o empate e deixou tudo em 2 x 2. Na prorrogação, o Aurinegros marcou mais duas vezes. É uma das maiores viradas em uma final da Copa Libertadores, marcando a decisão de 1966. Com a vitória, o Peñarol se tornou a primeira equipe a ser campeão da maior competição continental três vezes.

4 – Internacional x São Paulo (2006)

Em 2004, o São Paulo x Athletico-PR fizeram a primeira final entre brasileiros na história. Com o Tricolor Paulista sendo campeão de forma até confortável, fazendo 5 x 1 no agregado. Voltando para a decisão na temporada seguinte, a grande equipe paulista enfrentou o Internacional.

Com ambos os clubes contando com excelentes jogadores, como Rogério Ceni, Lugano e Josué, para o São Paulo, e Tinga, Fernandão e Sóbis, para o Internacional, a expectativa era de uma disputa acirrada. E foi o que aconteceu.

No Morumbi, o Colorado conseguiu vencer por 2 x 1, com dois gols de Rafael Sóbis. Edcarlos conseguiu diminuir a diferença. Além do equilíbrio, o jogo também era tenso e teve dois expulsos, um de cada lado. Josué, aos 10 minutos, e Fabinho, aos 38, foram forçados a sair de campo ainda no 1º tempo.

Com a vantagem e jogando no Beira-Rio, o Internacional saiu na frente mais uma vez, dessa vez com o eterno capitão colorado, Fernandão. O camisa 9 se aproveitou de erro do ídolo são-paulino, Ceni. O Soberano ainda conseguiu empatar, nos primeiros minutos do 2º tempo, mas Tinga colocou o Inter na frente mais uma vez.

Sabendo que precisava da vitória, o São Paulo permaneceu pressionando e Lenílson deixou tudo igual. Contudo, com 4 x 3 no agregado, o Internacional conquistou a América pela primeira vez.

5 – River Plate x Boca Juniors (2018)

Com tanta história na Copa Libertadores, é mais do que esperado que clássicos tenham ocorrido na competição. Mas, antes de 2018, não houve nenhum na final. Isso porque, além do fator sorte nos anos anteriores, entre 2007 e 2016 havia uma regra da Conmebol que impedia uma final entre clubes do mesmo país.

Em 2018, River Plate x Boca Juniors fizeram a terceira decisão entre times do mesmo país. Mas essa foi a primeira vez em que se tratava de dois clubes rivais. Com tamanha rivalidade, já era esperado que houvesse confusões, seja entre torcedores ou jogadores. O que não esperavam era o tamanho da violência.

A final já seria história, já que seria a última no sistema de ida e volta. A partir de 2019, as decisões seriam disputadas em jogo único. Toda a rivalidade entre River Plate e Boca Juniors apenas aumentou os nervos para o confronto. E, antes da partida de volta, houve um ataque ao ônibus dos jogadores xeneizes. O que fez a Conmebol mudar a data e local, indo para a Espanha.

No jogo de ida, o resultado foi de 2 x 2, no Estádio La Bombonera. A partida de volta, no Estádio Santiago Bernabéu, viu o Boca Juniors sair na frente. O River Plate conseguiu empatar no tempo regulamentar, forçando a prorrogação. No 2º tempo da prorrogação, Los Millonarios buscou a virada, conquistando seu quarto título da Copa Libertadores em cima de seu maior rival.

Outras grandes finais

Há finais que não entraram na lista mas que merecem ser lembradas. Como falado, já foram 63 decisões da Copa Libertadores e, em diversos destes jogos, vários fatos ficaram marcados na história. Mesmo trazendo mais duas decisões, outros grandes confrontos irão ficar de fora da nossa lista.

Flamengo x Cobreloa (1981)

Em 1981, Flamengo x Cobreloa disputaram a final. Em uma das decisões mais tensas e violentas da competição. Adílio, Lico e Tita foram machucados no segundo jogo, em que o time chileno venceu por 1 x 0. Como o Rubro-Negro ganhou o primeiro confronto, por 2 x 1, houve a partida de desempate. Zico foi o grande herói da nação flamenguista, marcando os dois gols.

Mas um outro fato também chamou a atenção. Anselmo entrou em campo, nos minutos finais, com a vitória já assegurada, com uma única instrução: socar Mario Soto. Com um clima de vingança, depois de tanto ver seu jogadores apanhar dos atletas chilenos, Paulo César Carpegiani escolheu o jovem atacante para essa missão.

Soto foi nocauteado, Anselmo foi expulso e uma briga generalizada se iniciou em campo. Mesmo assim, Flamengo comemorou seu primeiro título naquele ano.

Grêmio x Peñarol (1983)

Na final de 1983, o Imortal enfrentou o grande Peñarol, que já possuía uma longa e importante história na Copa Libertadores. Enquanto o Grêmio estava atrás de seu primeiro título.

No jogo de ida, as equipes empataram em 1 x 1. Na volta, o Tricolor Gaúcho conseguiu superar os aurinegros, por 2 x 1. Apesar de dois confrontos equilibrados e complicados, a imagem mais lembrada daquela decisão foi outra.

O capitão da equipe gremista, Hugo De León, tinha sangue em seu rosto ao levantar a taça da Libertadores. As histórias dizem que havia um prego na base do troféu, que feriu sua cabeça. Mas o próprio ex-jogador negou isso, afirmando que os outros atletas também apoiavam a taça na cabeça e não se feriram.

Por fim, não se sabe de onde realmente veio o sangue ou como se feriu. Só que é a imagem que ficou na história da edição de 1983.

Raphael Almeida Raphael Almeida

Jornalista 33 anos. Atualmente sou repórter e comentarista na Web Rádio Bate Fundo Esportivo. Redator no portal Minha Torcida com passagens por Premier League Brasil e Futebol na Veia.

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