Lamentável! Conselheiros do Sport são denunciados por homofobia contra ex-BBB

Dois conselheiros do Sport Clube do Recife foram denunciados pelo Ministério Público de Pernambuco por ataques homofóbicos contra Gil do Vigor, em áudio vazado em um grupo de WhatsApp há dois anos.

As mensagens, atribuídas a Flávio Koury, conselheiro do time pernambucano, mostram uma revolta contra uma coreografia do ex-BBB feita na Ilha do Retiro, estádio do Sport.

1,2 milhão de pessoas achando que o Sport só tem veado, só tem bicha. Vai vender é camisa. A viadagem todinha vai comprar. Vai ser lindo! Se ele tivesse feito a dancinha na casa dele ou no bordel, eu não estava nem aí. Foi dentro da Ilha do Retiro, né, rapaz? Isso é uma desmoralização! Isso é ausência de vergonha na cara. É isso que estamos vivendo”, disse o conselheiro.

Agora, o MP-PE pede que a Justiça receba a denúncia contra os conselheiros, tornando-os réus pelo crime de homofobia. A pena prevista é de um a três anos de reclusão, além de multa.

Gil do Vigor é Diretor de Diversidade do Sport, eleito em uma chapa com 96,5% de aprovação da torcida. O objetivo da diretoria é tornar o clube uma instituição inclusiva.

Ele ficou reconhecido nacionalmente após a participação do reality show Big Brother Brasil, na edição de 2021.

Gil do Vigor e sua ligação profissional com o Sport

Segundo o economista, alguns projetos já estão alinhados com a diretoria. Entre eles, está o Ilha Plural, que implantará a representatividade no Sport.

Há muito tempo já vínhamos rascunhando alguns projetos a favor da inclusão, como o Ilha Plural, que será uma forma de promover a representatividade no clube. Estamos pensando também em trazer torcidas LGBTQIAP+ para os estádios. Sabemos que a mudança é gradual, mas confio no potencial dos projetos e no que estamos construindo”, salientou, reforçando que muitas pessoas deixam de frequentar arenas e estádios com medo de repressão devido à orientação sexual em entrevista ao portal FolhaPe.

Com uma agenda lotada e morando nos Estados Unidos, onde faz PhD, Gil exercerá sua função remotamente. Contudo, apesar da distância, garante que não faltará empenho na luta contra o preconceito. 

Mudar o pensamento de uma sociedade é um processo muito árduo e gradual, mas sabemos que precisamos começar a partir de algo. Acredito que o futebol pode desenvolver um papel muito importante nisso. Sua enorme popularidade faz com que ele seja capaz de amplificar a luta de diversas causas importantes. Então acredito, sim, que ele possa ser uma ponte para promover grandes mudanças ao redor do mundo. Mas isso é algo que precisa ser mudado de dentro para fora. Então o futebol precisa primeiro se comprometer com o respeito à diversidade dentro dos estádios”, reforçou.

Raphael Almeida Raphael Almeida

Jornalista 33 anos. Atualmente sou repórter e comentarista na Web Rádio Bate Fundo Esportivo. Redator no portal Minha Torcida com passagens por Premier League Brasil e Futebol na Veia.

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