Cavani afirma que não se encaixa no ‘futebol moderno’

Em uma longa entrevista ao The Guardian, Edinson Cavani, fez algumas reflexões sobre o futebol moderno e sua competitividade. Atualmente, o atacante joga pelo Valência, onde já soma sete jogos, quatro gols e uma assistência.

Competitividade

Em conversa com  o jornalista Sid Lowe, Cavani teve a liberdade para compartilhar os seus mais profundos pensamentos com relação ao futebol. Sendo um dos principais nomes do futebol uruguaio, ele fez uma breve reflexão da competitividade que o esporte traz para a vida das pessoas.

“ Por que somos tão competitivos? Porque eles nos ensinam a ser assim…Porque os tribunais existem, em todos os lugares. Em todos os bairros e lugares, por mais desfavorecidos que sejam. Onde quer que haja espaço para chutar uma bola, há jogo. Já existe aquela competitividade que o profissional exige: você faz isso a vida inteira, todos os dias, na chuva, em qualquer piso, em qualquer condição, jogando descalço, quebrando o dedo, enfaixando e continuando. Sempre digo que jogar futebol não é o mesmo que competir”, diz Cavani

A competição persegue até o próprio camisa 7, onde é o segundo maior artilheiro da Seleção do Uruguai com 58 gols em 133 jogos. O atacante fica atrás apenas de Luis Suárez, que já balançou as redes 68 vezes.

Futebol moderno

Na sequência, com 37 anos, Edison também analisou a evolução do futebol nos últimos anos e a influência que a tecnologia teve nessa transformação.

“Mantivemos essa essência. Veja o futebol moderno, que está perdendo essa essência. Talvez eu venha dessa velha escola. Talvez eu não me encaixe muito bem no futebol moderno , em termos de atitudes, o que isso significa para os jogadores. Isso não significa que você não pode dizer como se sente, certo? Vejo isso constantemente: o modernismo, as redes sociais, como está o mundo, como a tecnologia avançou, o que deu no futebol. Isso muda as mentes. Antes, todos em uma equipe tinham o mesmo objetivo. Hoje em dia, em certas equipas por várias razões (fama, o que as pessoas e a imprensa fazem sentir os jogadores), nem sempre é assim”, reflete.

Do mesmo modo, ainda afirmou que a Copa do Mundo, não se vence sozinho, “alguém pode fazer algo mágico, mas você precisa de companheiros correndo por aí, arriscando suas vidas. Isso é muitas vezes esquecido”

Cuidados com a saúde mental

O ex-atacante do Manchester United também mostrou uma evolução pessoal, ao compartilhar que conversa com um psicologo. “Todos nos apegamos ao futebol e temos pouco tempo para focar em fatores externos. Muitas vezes, um trauma começa com o futebol, mas o psicólogo te ajuda a ver que não vem só do futebol; Pode ser a tua criação, os teus pais, o ambiente, a tua forma de pensares que és porque desde muito novo pensaste que esta era a única forma de viver, de tentar ser jogador de futebol e tornar-te num super-herói”, aponta.

Por fim, ao lado de Luis Suarez, Edinson Cavani estará na Copa do Mundo no Catar, o que será a sua última. A Seleção do Uruguai estreia no dia 24 de novembro contra a Coreia do Sul, às 10h, horário de Brasília.

Carolina Castro Carolina Castro

Tenho 25 anos e sou formada em jornalismo. Desde criança desenvolvi o gosto por esporte e por isso escolhi ser jornalista. Foi a profissão que me deixou mais próxima daquilo que mais amo: falar e escrever sobre esporte.

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